Hábito alimentar de adultos brasileiros segundo a condição na força de trabalho

Autores

  • Daniela de Assumpção Programa de Pós-Graduação em Gerontologia, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas-SP, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1813-996X
  • Monize Cocetti Centro de Ciências da Vida, Faculdade de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas-SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0355-301X
  • Aldiane Gomes de Macedo Bacurau Centro de Ciências da Vida, Faculdade de Enfermagem, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP, Brazil https://orcid.org/0000-0002-6671-2284
  • Ana Maria Pita Ruiz Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas-SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-9020-8600
  • Priscila Maria Stolses Bergamo Franscisco Programa de Pós-Graduação em Gerontologia, Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas-SP, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7361-9961

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0234

Palavras-chave:

Ingestão de alimentos, Adulto, Saúde do trabalhador, Emprego, Inquérito Nacional de Saúde

Resumo

O objetivo desse artigo é avaliar o hábito alimentar da população adulta no Brasil segundo a condição na força de trabalho. Realizou-se estudo transversal com dados de 63.782 adultos (18 a 59 anos), participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. A condição na força de trabalho - ocupado, desocupado ou fora da força - foi relacionada com marcadores de consumo alimentar saudável e não saudável. Estimaram-se razões de chance (odds ratio) ajustadas com regressão logística multinomial. Os resultados apontam que, entre os adultos brasileiros, 71,3% estavam ocupados, 6,7% desocupados e 21,9% encontravam-se fora da força de trabalho. Os ocupados apresentaram maior frequência de consumo de frutas, hortaliças e carne vermelha, e menor de feijão. O consumo de frango, bebidas de frutas, cereais, ovos, margarina e pratos prontos/semiprontos foi mais frequente para os desocupados versus ocupados, enquanto o de peixes e tubérculos foi menos frequente. Os adultos fora da força de trabalho, comparados aos ocupados, mostraram menor frequência de consumo de refrigerantes, embutidos, pães de pacote, oleaginosas, assim como do costume de substituir o almoço por lanches. Observaram-se discrepâncias na alimentação segundo a condição de trabalho, sobretudo no consumo de hortaliças, frutas, carnes e feijão, denotando a necessidade de iniciativas de promoção da alimentação adequada e saudável voltadas para a saúde do trabalhador.

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Biografia do Autor

Daniela de Assumpção, Programa de Pós-Graduação em Gerontologia, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas-SP, Brasil

Daniela de Assumpção é doutora em Saúde Coletiva com ênfase em Epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e graduada em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Pós-doutoranda e professora do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Unicamp.

Monize Cocetti, Centro de Ciências da Vida, Faculdade de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas-SP, Brasil

Monize Cocetti é doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pelo Departamento de Pediatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e graduada em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Docente do Curso de Nutrição da PUC-Campinas.

Aldiane Gomes de Macedo Bacurau, Centro de Ciências da Vida, Faculdade de Enfermagem, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, SP, Brazil

Aldiane Gomes de Macedo Bacurau é doutora em Saúde Coletiva com ênfase em Epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual de Pernambuco. Docente na Faculdade de Enfermagem, Centro de Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

Ana Maria Pita Ruiz, Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas-SP, Brasil

Ana Maria Pita Ruiz é doutoranda em Saúde Coletiva na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mestre em Saúde Coletiva com ênfase em Epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e graduada em Nutrição pela Universidade Nacional da Colômbia - Bogotá.

Priscila Maria Stolses Bergamo Franscisco, Programa de Pós-Graduação em Gerontologia, Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas-SP, Brasil

Priscila Maria Stolses Bergamo Francisco é doutora e pós-doutora em Saúde Coletiva com ênfase em Epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e graduada em Estatística pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) da Unicamp. Professora doutora II vinculada à área de Epidemiologia do Departamento de Saúde Coletiva da Unicamp.

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Publicado

2023-01-27

Como Citar

de Assumpção, D., Cocetti, M., Gomes de Macedo Bacurau, A., Maria Pita Ruiz, A., & Maria Stolses Bergamo Franscisco, P. (2023). Hábito alimentar de adultos brasileiros segundo a condição na força de trabalho. Revista Brasileira De Estudos De População, 40, 1–16. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0234

Edição

Seção

Artigos originais