Trajetórias educacionais como evidência da qualidade da educação básica brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0167

Palavras-chave:

Direito à educação, Qualidade da educação, Trajetórias educacionais, Dados longitudinais, Educação Básica, Censo Escolar

Resumo

Segundo a Constituição Federal brasileira, o direito à educação significa a garantia do acesso à escola, onde a população deve permanecer durante o tempo legalmente determinado, a fim de adquirir os conhecimentos e habilidades necessários para a vida adulta plena. Este artigo tem como foco a análise da permanência dos estudantes na escola, condição essencial para a aprendizagem e representada por suas trajetórias educacionais. Dados longitudinais do Censo Escolar, de 2007 a 2015, foram utilizados para analisar as trajetórias educacionais classificadas em três tipos: regular; com poucas irregularidades; e com muitas irregularidades. Os resultados mostram que alguns grupos sociais são muito mais propensos a ter uma trajetória regular e outros a ter repetência ou a ficar fora da escola em alguns anos. Uma proporção alta de meninos de cor/raça preta tem trajetórias com muitas irregularidades. O artigo mostra que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – o indicador oficial para medir a qualidade da educação nos municípios – pode atingir um valor alto, mesmo que muitos estudantes tenham trajetórias irregulares. Isso evidenciou o efeito da seletividade embutido nesse indicador. Em conclusão, este trabalho sugere a incorporação das trajetórias educacionais no monitoramento da qualidade da educação nos municípios.

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Biografia do Autor

José Francisco Soares, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte-MG, Brasil

José Francisco Soares é pós-doutor em Educação pela University of Michigan, Ann Arbor, e doutor em Estatística pela University of Wisconsin, Madison. Professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Dedica-se à pesquisa educacional na área de avaliação e da análise dos indicadores síntese, principalmente os referentes às desigualdades nos resultados educacionais.

Maria Teresa Gonzaga Alves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte-MG, Brasil

Maria Teresa Gonzaga Alves é doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professora associada do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação (Decae), da Faculdade de Educação da UFMG. Líder do Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares (Nupede).

José Aguinaldo Fonseca, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Belo Horizonte-MG, Brasil

José Aguinaldo Fonseca é mestre em Estatística Espacial pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), nos cursos de Administração, Sistemas de Informação e Engenharias. Consultor na área da Educação, com análise de questões usando a Teoria de Resposta ao Item (TRI).

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Publicado

2021-09-01

Como Citar

Soares, J. F., Alves, M. T. G., & Fonseca, J. A. (2021). Trajetórias educacionais como evidência da qualidade da educação básica brasileira. Revista Brasileira De Estudos De População, 38, 1–21. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0167

Edição

Seção

Artigos originais