No âmago da africanização: pessoas negras e de cor nos mapas populacionais do Maranhão colonial (1798-1821)
DOI:
https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0025Palavras-chave:
Escravidão, Mapas de População, MaranhãoResumo
O estudo analisa o “boom” demográfico das populações escravas de origem africana nas áreas de plantation a partir dos Mapas Estatísticos do Maranhão. Em especial, focalizamos a freguesia do Rosário do Itapecuru utilizando outras fontes documentais – inventários post mortem e registros paroquiais de batismo. Os Mapas de 1798 e 1821 possibilitaram evidenciar o perfil sexual, etário, étnico e a condição jurídica da população, mostrando a importância da população escrava nas áreas de cultivo do algodão e arroz, que chegava a quase 80% dos residentes. Essas populações, por sua vez, guardavam algumas particularidades em relação a outras áreas de plantation do Estado do Brasil, como, por exemplo, a razão de sexo marcada pela quase paridade entre homens e mulheres.
Downloads
Referências
ALENCASTRO, L. F. de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
ARQUIVO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO. Inventários post mortem avulsos (1785 a 1825). São Luís, MA, 1825.
__________ . Inventário dos bens de Dona Joana Maria Freire Belfort. Seção de processos avulsos de inventário post mortem. São Luís, MA, 1804.
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO. Livro de Registro de Batismo da Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Itapecuru. São Luís, MA, 1814.
__________. Livro de Testamentos (1763-1779). São Luís, 1779. (Manuscrito).
ARRUDA, J. J. de A. O Brasil no comércio colonial. São Paulo: Ática, 1980.
ASSUNÇÃO, M. R. De caboclos a bem-te-vis: formação do campesinato numa sociedade escravista, Maranhão (1800-1850). São Paulo: AnnaBlume, 2015.
BARROSO, D. S. Múltiplos do cativeiro: casamento, compadrio e experiência comunitária numa propriedade escrava no Grão-Pará (1840-1870). Afro-Ásia, São Paulo, n. 50, p. 93-128, 2014.
BARROSO JR., R. dos S. Nas rotas do Atlântico equatorial: tráfico de escravos rizicultores da Alta- Guiné para o Maranhão (1770-1800). 2009. 119f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.
BIBLIOTECA PÚBLICA BENEDITO LEITE. Mapas estatísticos da capitania do Maranhão. São Luís: Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão, 1801.
BOXER, C. O império marítimo português (1415-1825). Tradução de Ana Olga de Barros Barreto. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
HAWTHORNE, W. From Africa to Brazil: culture, identity, and an Atlantic slave trade, 1600-1830. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
KARASCH, M. “Minha nação”: identidades escravas no fim do Brasil colonial. In: SILVA, M. B. N. da (Org.). Brasil: colonização e escravidão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
MARQUES, C. A. Dicionário histórico e geográfico da Província do Maranhão. Rio de Janeiro: Fon-Fon e Seleta, 1970.
MOTA, A. S.; BARROSO, D. S. Economia e demografia da escravidão no Maranhão e no Grão-Pará: uma análise comparativa da estrutura da posse de cativos (1785-1850). Revista de História (São Paulo), n.176, 2017.
MOTA, S. A. Família escrava nas plantations do Maranhão: demografia e sociabilidades. In: GALVES, M. C.; COSTA, Y. O Maranhão oitocentista. São Luís: Editora UEMA; Café & Lápis, 2015. v. 1.
__________. As famílias principais: redesde poder no Maranhão colonial. São Luís: Edufma, 2012.
NADALIN, S. O. História e demografia: elementos para um diálogo. Campinas: Abep, 2004.
REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil em 1835: a história do levante dos malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
RIBEIRO, F. P. Memórias dos sertões maranhenses: reunidas aos cuidados de Manoel de Jesus de Barros Martins. São Paulo: Siciliano, 2002.
SERRÃO, J. V. O quadro humano. In: SERRÃO, J. V.; MATTOSO, J.; HESPANHA, A. M. (Coord.). História de Portugal. Lisboa: Editorial Estampa, 1998. v. 4.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os artigos publicados na Rebep são originais e protegidos sob a licença Creative Commons do tipo atribuição (CC-BY). Essa licença permite reutilizar as publicações na íntegra ou parcialmente para qualquer propósito, de forma gratuita, mesmo para fins comerciais. Qualquer pessoa ou instituição pode copiar, distribuir ou reutilizar o conteúdo, desde que o autor e a fonte original sejam propriamente mencionados.