As famílias de povoadores em áreas de fronteira da Capitania de São Paulo na segunda metade do século XVIII

Autores

  • Carlos de Almeida Prado Bacellar Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0002

Palavras-chave:

População, Povoamento, Fronteira

Resumo

Ao tomar posse do governo da capitania de São Paulo em 1765, o Morgado de Mateus instaurou um processo de expansão do povoamento. A crise da economia colonial e os conflitos com os castelhanos exigia a intervenção da Coroa, que buscava implantar novas atividades econômicas e preparar a defesa do território. Ao criar vilas e povoados, o governador buscou reunir indivíduos que classificava como desregrados e os enviou, algumas vezes à força, para serem os pioneiros nestas áreas de fronteira. Muitos desses povoadores eram indígenas, considerados vadios, e que deviam ser submetidos ao novo modelo de organização social proposto pela Coroa. Este esforço pode ser avaliado a partir das listas nominativas de habitantes de três destas iniciativas de povoamento: São Luiz do Paraitinga, Piracicaba e o Caminho de Goiás. A análise do perfil dos indivíduos instalados nestas novas povoações permite melhor entender as estratégias de organização da população colonial desejadas pela Coroa.

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Publicado

2017-12-20

Como Citar

Bacellar, C. de A. P. (2017). As famílias de povoadores em áreas de fronteira da Capitania de São Paulo na segunda metade do século XVIII. Revista Brasileira De Estudos De População, 34(3), 549–565. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0002

Edição

Seção

Artigos originais