Disponibilidade de irmãos no Brasil: um estudo metodológico sobre relações de parentesco

Autores

  • Francismara Fernandes Guerra Universidade Federal de Viçosa
  • Simone Wajnman UFMG/Cedeplar
  • Cássio M. Turra UFMG/Cedeplar

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-309820160002

Palavras-chave:

Transição demográfica, Modelo de estimativa das relações de parentesco, Disponibilidade de irmãos

Resumo

Quando a fecundidade declina, não é somente o número de filhos que se torna menor, mas também o número de irmãos. Para aferir as mudanças ocorridas sobre a disponibilidade de irmãos no Brasil, o presente estudo emprega um método que se destina a estimar o número esperado de irmãos nascidos vivos e sobreviventes, por meio de modelos matemáticos que utilizam apenas taxas de fecundidade e de mortalidade. Os resultados indicam que, no início da transição demográfica brasileira, a média de irmãos nascidos vivos se estabelece em patamares elevados e sofre um forte declínio durante o processo, motivado principalmente pela queda da fecundidade. Observa-se, ainda, que a média de irmãos sobreviventes nas idades mais avançadas tende a ser muito semelhante para coortes mais velhas e mais novas, mas o número de irmãos sobreviventes durante a infância dessas coortes tende a diferenciar-se fortemente. Isso ocorre porque, por um lado, o efeito da elevada mortalidade, principalmente a infantil, reduz a média de irmãos gerados pela alta fecundidade para as coortes mais velhas e, por outro, a queda da fecundidade diminui o número de irmãos nascidos vivos das coortes mais novas, ao mesmo tempo que a redução da mortalidade garante sua quase constância no ciclo de vida. Como conclusão, indica-se que: o número médio de irmãos nascidos vivos tende a se estabelecer em baixos níveis nos próximos anos; o número médio de irmãos sobreviventes tende a ser cada vez mais próximo da média do número de irmãos nascidos vivos; e, apesar dos baixos níveis de fecundidade corrente, não se pode falar em uma tendência de extinção dos irmãos e, por consequência, primos, tios, etc.

DOI http://dx.doi.org/10.20947/S0102-309820160002

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Publicado

2016-05-10

Como Citar

Guerra, F. F., Wajnman, S., & Turra, C. M. (2016). Disponibilidade de irmãos no Brasil: um estudo metodológico sobre relações de parentesco. Revista Brasileira De Estudos De População, 33(1), 9–30. https://doi.org/10.20947/S0102-309820160002

Edição

Seção

Artigos originais