A esterilização feminina no Brasil: diferenciais por escolaridade e renda

Autores

  • Ignez Helena Oliva Perpétuo Cedeplar/UFMG
  • Simone Wajnman Cedeplar/UFMG

Resumo

A esterilização feminina no Brasil: diferenciais por escolaridade e renda. O artigo analisa alguns aspectos da questão da alta prevalência da esterilização feminina no Brasil, utilizando as informações sobre contracepção da Pesquisa Nacional sobre Saúde Materno-Infantil e Planejamento Familiar, Brasil - 1986 (PNSMIPF-1986), da Demographic and Health Surveys, administrada no Brasil pela Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil (Bemfam). Relacionando as taxas específicas de esterilização com indicadores do status sócio-econômico das usuárias, demonstra que o nível de escolarização tende a diminuir a prevalência da esterilização, embora esta cresça com a renda, confirmando a hipótese de que, embora melhores níveis educacionais ampliem o espectro de alternativas contraceptivas, a renda é fundamental para o acesso à esterilização. Por outro lado, procura-se demonstrar que mulheres de melhor nível educacional e de renda esterilizam-se em condições relativamente melhores, ou seja, ao final de uma história contraceptiva em que métodos temporários foram utilizados para espaçar nascimentos. Entre as camadas menos privilegiadas, entretanto, a esterilização tende a se dar, ao contrário, sem que antes a mulher possa ter tido a oportunidade de planejar e administrar o tamanho de sua prole.

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Publicado

1993-12-31

Como Citar

Perpétuo, I. H. O., & Wajnman, S. (1993). A esterilização feminina no Brasil: diferenciais por escolaridade e renda. Revista Brasileira De Estudos De População, 10(1/2), 25–39. Recuperado de https://rebep.org.br/revista/article/view/490

Edição

Seção

Artigos originais