Achados e perdidos sobre saúde reprodutiva na PNDS - 1996

Resumo

O artigo objetiva ressaltar alguns resultados da Pesquisa DHS/BEMFAM, 1996 e chamar a atenção para aspectos recorrentes e emergentes ligados à saúde reprodutiva. Os dados fornecem uma visão positiva da situação demográfica brasileira: níveis de mortalidade infantil em contínuo descenso, melhorias nas condições de saúde, maior duração de amamentação e níveis relativamente baixos de desnutrição infantil e materna. Demonstram, também, uma fecundidade baixa, coerente com o desejo de um tamanho da família reduzido e intenso uso de anticoncepção. O trabalho assinala as relativamente amplas proporções de mulheres que engravidam usando métodos modernos e os altos contingentes que os abandonam acusando efeitos colaterais. Levanta-se a hipótese de que o conhecimento “universal” de anticoncepcionais é precário entre a população brasileira, cujas alternativas para controlar a fecundidade seriam, na realidade, bastante limitadas. Salienta-se a necessidade de estudar: a) diferenciais de fecundidade ainda existentes e perspectivas de homogeneização dos níveis e padrões; b) motivações, determinantes e implementação do tamanho desejado de família em estudos longitudinais e transversais; c) a equidade entre sexos e a potencialidade da mulher em relação á reprodução; d) saúde reprodutiva nos diversos segmentos populacionais, a fim de identificar as populações de alto risco, incluindo perfis epidemiológicos das DSTs e HIV/AIDS, sexualidade e relações de gênero; e) morbidade e mortalidade, destacando a atenção primária à saúde e condições para uma maternidade sem riscos.