Desigualdades no mercado de trabalho brasileiro: uma proposta de conceituação e mensuração do trabalho precário sob a lupa da interseccionalidade

Autores

  • Barbara Cobo Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ence/IBGE), Rio de Janeiro-RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0003-4839-0776
  • Beatriz Menezes Marques de Oliveira Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ence/IBGE), Rio de Janeiro-RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3844-9095

DOI:

https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0260

Palavras-chave:

Trabalho precário, Interseccionalidades, Desigualdades raciais, Gênero

Resumo

A partir do reconhecimento da centralidade do trabalho na vida das pessoas, o presente artigo visa analisar o processo de precarização do trabalho em curso e seus impactos diferenciados sobre os grupos populacionais. O objetivo é identificar como a precarização do trabalho opera sob a perspectiva da divisão sexual do trabalho e da segmentação racial histórica do mercado de trabalho brasileiro. Para tanto, o presente artigo traz uma proposta de conceituação e construção de um indicador multidimensional de trabalho precário, com resultados desagregados por sexo e cor/raça, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, para a série histórica 2012-2021. O diferencial do indicador proposto é permitir mensurar a precarização do trabalho em termos de incidência e intensidade da precarização no âmbito das estatísticas públicas oficiais brasileiras disponíveis. Como resultado, embora as mulheres, de uma forma geral, tenham apresentado menores taxas de precarização, elas estão em ocupações mais intensamente precárias do que os homens. Por outro lado, mulheres negras se destacaram como o grupo populacional mais afetado pela precarização em curso, acompanhadas de perto pelos homens negros, evidenciando a importância da análise das desigualdades raciais combinadas às desigualdades de gênero no mercado de trabalho.

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Biografia do Autor

Barbara Cobo, Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ence/IBGE), Rio de Janeiro-RJ, Brasil

Barbara Cobo é doutora em Economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ). Professora associada do curso de pós-graduação lato-sensu “Especialização em Políticas Públicas” no mesmo Instituto, professora permanente da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence/IBGE) e professora colaboradora nos cursos de Aperfeiçoamento para Carreiras na Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Pesquisadora nas áreas de produção e análise de estatísticas públicas; desigualdades sociais; pobreza; estudos de gênero; interseccionalidades e proteção social.

Beatriz Menezes Marques de Oliveira, Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ence/IBGE), Rio de Janeiro-RJ, Brasil

Beatriz Menezes Marques de Oliveira é mestra em População, Território e Estatísticas públicas pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ence/IBGE). Formada em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e em Ciências Sociais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Publicado

2024-07-05

Como Citar

Cobo, B., & Oliveira, B. M. M. de. (2024). Desigualdades no mercado de trabalho brasileiro: uma proposta de conceituação e mensuração do trabalho precário sob a lupa da interseccionalidade. Revista Brasileira De Estudos De População, 41, 1–24. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0260

Edição

Seção

Artigos originais