https://rebep.org.br/revista/issue/feedRevista Brasileira de Estudos de População2024-07-07T21:00:43-03:00Cássio Maldonado Turra - Cedeplar/UFMG (Editor)editor@rebep.org.brOpen Journal SystemsREBEP - Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2399Em busca de novas representações demográficas: O campo de estudos das grades populacionais em tempos de máquinas que aprendem2024-04-04T16:14:22-03:00Diego Moreira Silvasilvamoreiradiego0@gmail.comTathiane Mayumi Anazawatathimay@gmail.comSilvana Amaralsilvana.amaral@inpe.brFlávia da Fonseca Feitosaflavia.feitosa@ufabc.edu.brJosé Irineu Rangel Rigottirigotti@cedeplar.ufmg.brAntonio Miguel Vieira Monteiromiguel.monteiro@inpe.br<p>A distribuição populacional na superfície terrestre revela uma variedade de padrões espaciais que refletem processos sociodemográficos relacionados às dinâmicas histórico-geográficas que os produziram. As grades populacionais têm ganhado destaque como fonte de dados, envolvendo estimativas e distribuição de população em pequenas áreas. Cada grade populacional é composta por células de tamanhos, cobrindo a totalidade do globo ou territórios locais. Este trabalho apresenta uma revisão comentada da literatura no campo destas representações populacionais, especificamente na distribuição e volume da população, bem como na importância das variáveis auxiliares de cunho espacial, denominadas aqui de variáveis sintomáticas. Estas desempenham papel crucial na construção de modelos pautados na realidade, tanto local quanto global, utilizando métodos diversos, que incluem aprendizado de máquina. Destacam-se ainda as principais iniciativas do campo, os produtos globais disponíveis e as bases técnicas das principais metodologias. Além disso, são discutidas as limitações, precauções e as novas oportunidades resultantes da criação dessas grades populacionais.</p>2024-11-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2304Desigualdades no mercado de trabalho brasileiro: uma proposta de conceituação e mensuração do trabalho precário sob a lupa da interseccionalidade2023-08-08T17:35:45-03:00Barbara Cobocobo.barbara@gmail.comBeatriz Menezes Marques de Oliveirabiameny@gmail.com<p>A partir do reconhecimento da centralidade do trabalho na vida das pessoas, o presente artigo visa analisar o processo de precarização do trabalho em curso e seus impactos diferenciados sobre os grupos populacionais. O objetivo é identificar como a precarização do trabalho opera sob a perspectiva da divisão sexual do trabalho e da segmentação racial histórica do mercado de trabalho brasileiro. Para tanto, o presente artigo traz uma proposta de conceituação e construção de um indicador multidimensional de trabalho precário, com resultados desagregados por sexo e cor/raça, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, para a série histórica 2012-2021. O diferencial do indicador proposto é permitir mensurar a precarização do trabalho em termos de incidência e intensidade da precarização no âmbito das estatísticas públicas oficiais brasileiras disponíveis. Como resultado, embora as mulheres, de uma forma geral, tenham apresentado menores taxas de precarização, elas estão em ocupações mais intensamente precárias do que os homens. Por outro lado, mulheres negras se destacaram como o grupo populacional mais afetado pela precarização em curso, acompanhadas de perto pelos homens negros, evidenciando a importância da análise das desigualdades raciais combinadas às desigualdades de gênero no mercado de trabalho.</p>2024-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2315Desigualdades regionais na enumeração dos registros de óbitos fetais nos sistemas de informações sobre estatísticas vitais no Brasil2023-08-22T16:44:24-03:00Lays Janaina Prazeres Marqueslaysjpmarques@gmail.comZilda Pereira da Silvazildapereira@usp.brMarcia Furquim de Almeidamarfural@usp.br<p>Este estudo tem por objetivo analisar a variação do número de óbitos fetais informados entre o Sistema de Estatísticas Vitais do Registro Civil (RC) e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e comparar a tendência da taxa de mortalidade fetal (TMF) de ambos os sistemas no Brasil, para o período 2009-2019. A variação percentual (VP) foi analisada por meio da comparação entre as fontes de dados para os óbitos fetais precoces (<28 semanas) e tardios (≥28 semanas). Os <em>clusters</em> de unidades da federação foram obtidos pelo método <em>k-means</em>. Aplicou-se a regressão linear generalizada de Prais-Winsten na análise da tendência da TMF. O SIM demonstrou percentual de captação 27,7% superior ao RC no período estudado. Houve maior número de óbitos fetais informados no SIM para o Brasil e regiões, em ambos os estratos de óbitos. As regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores VP em oposição às regiões mais desenvolvidas do país, Sudeste e Sul, onde verificou-se uma convergência de 95%. Apesar da redução da VP na década analisada, as estimativas de tendência da TMF permaneceram subestimadas no RC. Conclui-se que a captação dos óbitos fetais foi maior no SIM, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, reconhecidas como as mais vulneráveis do país.</p>2024-07-05T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2362A segregação étnico-racial nas regiões metropolitanas de São Paulo e Londres: reflexões sobre um estudo comparativo2023-10-20T11:17:28-03:00Joana Barrosj.barros@ucl.ac.ukFlavia da Fonseca Feitosaflavia.feitosa@ufabc.edu.br<p>Este artigo analisa a segregação residencial do ponto de vista étnico-racial em duas grandes regiões metropolitanas localizadas no Sul e Norte Globais: Londres (Reino Unido) e São Paulo (Brasil). Utilizaram-se índices espaciais globais e locais para mapear e mensurar as diferentes dimensões espaciais e escalas da segregação étnico-racial nas duas metrópoles. O estudo adotou uma abordagem relacional para a interpretação dos resultados que justapõe resultados globais e variações locais da segregação, dimensões espaciais complementares (dissimilaridade e exposição/isolamento), múltiplas escalas geográficas e padrões de localização espacial dos diferentes grupos étnico-raciais. Os resultados indicam que as regiões metropolitanas de Londres e São Paulo apresentam padrões espaciais de segregação centro-periferia similares, mas inversos. Os resultados também relevaram que os níveis de segregação de Londres são mais altos do que os de São Paulo, indicando que contraintuitivamente Londres é mais segregada étnico-racialmente do que São Paulo. Esses resultados são discutidos no contexto da literatura, explorando as similaridades e diferenças entre as duas regiões metropolitanas. O artigo conclui com uma discussão sobre a relevância dos resultados e uma reflexão sobre a agenda futura para os estudos sobre a segregação urbana.</p>2024-08-16T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2308Decomposição das projeções oficiais de população no Brasil2023-12-29T11:43:33-03:00Charles Correacharleshcorrea@gmail.com<p>A população brasileira está em constante mudança ao longo do tempo. Contudo, os efeitos de cada componente demográfica nas projeções populacionais oficiais ainda não são claros. Nesta pesquisa, replicamos as<em>Projeções de População Revisão 2018</em>do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística usando um modelo matricial de projeção e o método das componentes por coortes por sexo, idade e região geográfica. Em seguida, estabelecemos quatro cenários alternativos para decompor o cenário <em>benchmark</em> oficial entre quatro efeitos demográficos (fecundidade, estrutura etária, mortalidade e migração) e um efeito residual. Os resultados mostram que a fecundidade e a estrutura etária têm sido os principais impulsores da dinâmica populacional entre 2010 e 2060. De um lado, o efeito negativo da fecundidade abaixo do nível de reposição tem sido compensado em maior parte pelo efeito ainda positivo da estrutura etária, mesmo por regiões do país. De outro lado, o efeito da estrutura etária está diminuindo com o tempo. Em 2048, os efeitos da estrutura etária, mortalidade e migração não serão mais suficientes para contrabalançar os efeitos da fecundidade, resultando em declínio populacional.</p>2024-09-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2341Insegurança alimentar e acesso irregular à água potável: um panorama da realidade brasileira2023-09-22T15:35:59-03:00Hemily Lopes Menezes Silvériohemilymenezes@hotmail.comJulia Thalita Diasjuliathalitadias@gmail.comAnabele Pires Santosanabelesantos@ufla.brMelissa Luciana de Araújomelissaluciana20@gmail.comNathália Ferreiranathalialuizaferreira@gmail.com<p>Este estudo teve como objetivo avaliar a coexistência entre insegurança alimentar (IA) e acesso irregular à água potável no Brasil, bem como sua relação com características sociodemográficas e econômicas no primeiro ano da pandemia de Covid-19. Estudo transversal, com dados do I Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da pandemia de Covid-19 no Brasil, realizado em 2.180 domicílios de 128 municípios de todos os estados brasileiros, em 2020. A IA foi avaliada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. O acesso à água potável foi classificado em diário e não diário/irregular. As prevalências isoladas e combinadas destas condições foram calculadas, com investigação dos fatores associados a partir dos testes qui-quadrado e regressão logística múltipla (<em>p</em><0,05). Cerca de 16% da população estava em situação concomitante de IA e acesso não diário à água potável. Agricultores familiares e produtores rurais, chefes de família de baixa renda e aqueles que residiam no Norte e Nordeste apresentaram as maiores magnitudes de coexistência. Foi preocupante a prevalência da coocorrência das duas condições de escassez avaliadas, acometendo desigualmente localidades e segmentos populacionais, com destaque para as áreas rurais, os lares com piores condições socioeconômicas e as regiões Norte e Nordeste.</p>2024-09-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2312Insegurança alimentar, bem-estar subjetivo e uso de redes sociais no Brasil entre 2014 e 20182024-01-15T15:37:48-03:00André Braz Golgheragolgher@gmail.com<p>A grande recessão brasileira foi a queda mais acentuada na atividade econômica no Brasil entre o final da Segunda Guerra Mundial e a pandemia de Covid-19. Esta crise econômica pode ter consequências negativas duradouras e não antecipadas sobre a insegurança alimentar (IA) e o bem-estar subjetivo (BES). Além disso, o BES está cada vez mais ligado ao uso de serviços de redes sociais (SRS). O artigo utilizou dados da Pesquisa Mundial de Valores (WVS) e modelos logísticos e logísticos ordenados para testar empiricamente algumas hipóteses. Os resultados empíricos mostraram que: IA está negativamente correlacionada com a satisfação com a vida, mas não com a felicidade; IA não está relacionada ao uso de SRS, pois ainda poucas pessoas os utilizam e os grupos populacionais que sofrem de IA pouco se sobrepõem aos que usam SRS diariamente; BES teve relações positivas com SRS quando o uso não era muito disseminado; as associações entre BES e o uso de SRS tornaram-se negativas à medida que o uso de SRS se tornou mais disseminado.</p>2024-09-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2410Os efeitos econômicos da pandemia de gripe espanhola de 1918: uma análise empírica da mortalidade sobre a economia de São Paulo2024-01-27T10:26:59-03:00Michel Deliberali Marsonmichelmarson@gmail.comPamila Cristina Lima Sivieropamila.siviero@unifesp.br<p>O objetivo do artigo é identificar os efeitos econômicos da pandemia de gripe espanhola que atingiu São Paulo no final de 1918, analisando fontes primárias originais. A contribuição para a historiografia econômica é o entendimento dos impactos de curto prazo para a economia paulista dessa pandemia, geralmente preteridos pela literatura econômica devido aos efeitos da Primeira Guerra Mundial. Os resultados indicam que vários setores da economia de São Paulo foram afetados no lado da oferta e da demanda em função do aumento de mortalidade em decorrência da pandemia, principalmente no último trimestre de 1918. As implicações foram visíveis no investimento privado, com a queda do registro de empresas e empréstimos bancários, na diminuição física e de valor da produção industrial de produtos não essenciais e no aumento dos essenciais em um contexto de crise de saúde pública. No entanto, a recuperação também foi rápida, o que explica, em parte, a pouca atenção dada pela historiografia econômica para identificar os efeitos da gripe espanhola sobre a economia.</p>2024-09-27T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2418Perda de renda e intenções de fecundidade durante a pandemia de COVID-19 no Brasil2024-02-06T16:38:28-03:00Letícia Junqueira Marteletoljmart@sas.upenn.eduMolly Donderodondero@american.eduLuiz Gustavo Fernandes Serenoluizgustavosereno@gmail.comRaquel Zanatta Coutinhoquelzanatta@cedeplar.ufmg.br<p style="font-weight: 400;">O estudo objetiva examinar como a perda de renda induzida pela pandemia moldou as intenções de fecundidade no início da pandemia, examinando as diferenças nessa associação entre mães e não mães, e se os efeitos são semelhantes para as intenções de adiar versus renunciar à gravidez. A pesquisa emprega uma abordagem mista, combinando dados de pesquisa probabilística em nível populacional de 1.524 mulheres férteis com parceiros, com idades entre 18 e 34 anos, com observações qualitativas obtidas a partir de 56 entrevistas semiestruturadas com mulheres com idades entre 18 e 39 anos em Pernambuco, Brasil. Modelos de regressão multinomial foram utilizados para distinguir entre intenções de adiar, renunciar e engravidar dentro de seis meses, explorando associações com a perda de renda induzida pela pandemia antes da entrevista, maternidade e parturição. Observamos que a maioria das mulheres pretendia evitar a gravidez no início da pandemia, com diferenças importantes entre as intenções de adiar versus renunciar entre mães e não mães. Além disso, a perda de renda induzida pela pandemia e a maternidade/parturição interagiram para definir as intenções de fecundidade. Enquanto as não mães não foram afetadas pela perda de renda, as mães tinham intenções diferentes dependendo da perda de renda, com aquelas que a experimentaram mais propensas a adiar ou renunciar a uma gravidez, e as mães de dois ou mais filhos mais propensas a renunciar completamente a uma gravidez. A análise qualitativa corroborou esses padrões e forneceu uma sensibilidade mais sutil das intenções de fecundidade aos choques de renda induzidos pela pandemia.</p>2024-12-06T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2412Condicionantes demográficos das transferências de renda e estratégias de sobrevivência rural na Amazônia: autonomia ou dependência?2024-03-19T11:14:21-03:00Alisson F. Barbieribarbieri@cedeplar.ufmg.brHelena Teixeira Magalhães Soaresbarbieri@cedeplar.ufmg.br<p>O debate sobre a eficácia do acesso aos benefícios socioassistenciais como fator de superação da pobreza e vulnerabilidade tem sido marcado por visões divergentes em termos de geração de autonomia e empoderamento, ou como a perpetuação de uma relação de dependência que anula as capacidades individuais e entrega da responsabilidade ao Estado. Uma lacuna nesse debate é compreender os efeitos dos benefícios considerando a dinâmica demográfica domiciliar e as condições específicas do meio rural, especificamente das unidades domiciliares de produção, e suas decisões de uso da terra e alocação de mão de obra. O objetivo do artigo é avaliar o impacto do acesso aos benefícios socioassistenciais sobre as estratégias de subsistência das famílias rurais, particularmente as decisões de uso da terra e alocação de mão de obra domiciliar. Avalia-se, ainda, como e se a composição demográfica das famílias exerce efeito mediador sobre esse impacto. É proposto um estudo de caso baseado em pesquisa domiciliar em 2015 no município de Machadinho, Rondônia, utilizando uma combinação de estatísticas descritivas, testes de diferenças de médias e probabilidades acumuladas por meio do estimador Kaplan-Meier de manutenção da produção rural com o recebimento de benefícios. Os resultados, ao indicarem que tamanho e composição demográfica são significativos para determinarem tanto a dinâmica dos benefícios quanto a relação destes com as estratégias de subsistência rurais, inclusive com segurança alimentar e investimento produtivo rural, reforçam a importância dos benefícios como elemento de autonomia produtiva e de fortalecimento das capacidades individuais e coletivas de domicílios em situação de vulnerabilidade.</p>2024-12-06T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de Populaçãohttps://rebep.org.br/revista/article/view/2354A escolha individual de cobertura privada de saúde em diferentes etapas do ciclo de vida em uma operadora de saúde no Brasil2024-01-09T16:17:00-03:00Aline de Souzaalinesouza.ecn@hotmail.comMônica Viegas Andrademviegas@cedeplar.ufmg.brKenya Valéria Micaela de Souza Noronhaknoronha@cedeplar.ufmg.brIgor Viveiros Melo Souzaigorviveiros@cedeplar.ufmg.br<p>Este artigo analisa a probabilidade de permanência no plano de saúde para beneficiários de contratos individuais de uma operadora de saúde da região Sudeste do Brasil entre 2010 e 2018. Foi utilizada análise de sobrevivência para verificar o risco de o indivíduo encerrar o contrato com a operadora ou mudar para um plano mais restrito. Os principais resultados apontam que os idosos são um grupo estável, com menores chances de sair ou trocar de plano em comparação à população entre 25 e 59 anos.</p>2024-12-06T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos de População